Os progenitores se dedicam por anos a buscar o melhor para os descendentes. São os provedores, os conselheiros e os amigos. Entretanto, um dia os rebentos ficam independentes, cortam o cordão umbilical e alçam voos, rumo a novos horizontes e experiências. Apesar dessa ser uma realidade natural da vida, nem sempre ela é encarada com bons olhos e de forma positiva. É como se ficasse uma lacuna, um vazio que não é preenchido. Essa fase é conhecida como a Síndrome do Ninho Vazio que, de acordo com a psicóloga clínica e psicotraumatologista Suely Molitérno, é um conjunto de sintomas que uma pessoa pode apresentar até mesmo depois de um ou dois anos após a saída do último ou único ser dependente e habitante em seu lar. “O indivíduo vivencia um sentimento de perda, de vazio, com a saída e/ou morte do filho. Às vezes, soma-se a isso a tristeza, angústia, inutilidade, desânimo, desmotivação, falta de sentido para viver e, em casos mais graves, vontade de morrer ou de se matar”, explica.
Homem de Ferro
Antigamente, a sociedade patriarcal cobrava dos homens a posição de líderes das famílias. Eles eram responsáveis pela ordem do lar e precisavam ser os mantenedores financeiros, verdadeiros “machos alfa”. Uma posição que não dava o direito dos pais demonstrarem seus verdadeiros sentimentos e decepções. “Hoje, a realidade é bem diferente. Os homens também vivenciam o ninho vazio por exercerem muitas funções em prol dos filhos”, afirma Suely.
Mais unidos do que nunca
Quando os genitores encerram seus afazerem no âmbito doméstico pode sobrar tempo e faltar disposição para a inserção de novas tarefas. No entanto, com um passo de cada vez, o casal pode reconstruir a vida, aprender novos ofícios e funções e descobrir talentos escondidos. Viajar, dançar, ir ao cinema, praticar atividades físicas e ajudar o próximo são boas escolhas cotidianas. O voluntariado é muito importante não só para a troca de experiências, mas para que saibam que o problema que estão passando não é tão grande assim se comparado ao dilema do próximo.
E o papel dos filhos?
Os filhos precisam exercer a paciência, provando que o amor continua o mesmo, só os objetivos de vida mudaram e, que isso não os torna menos amorosos. “É importante que os rebentos compreendam esse momento delicado pelo qual os pais estão passando, os incentivem a buscar novos propósitos de vida e mantenham proximidade por meio de telefonemas, mensagens, redes sociais. Façam visitas periódicas, combinem almoços ou jantares e procurem dialogar sobre essa mudança”, diz a psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental, Vivian Maria Denny.
Dicas para a nova fase
– Troque experiências com pais que estão passando pela mesma situação;
– Faça novas amizades;
– Descubra coisas que lhe dão prazer;
– Exercite seus hobbies;
– Aproveite o tempo livre;
– Trace metas e objetivos para sua vida;
– Avalie as suas conquistas;
– Pratique alguma atividade física;
– Adote um animal de estimação;
– Se necessário, procure ajuda especializada.
Fonte: Revista Drogarias Ofertão
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