Quem tem amigos adoece menos, é mais feliz, altruísta, generoso e sociável.
Vinícius de Moraes disse, certa vez, que “amigo é um ser que a vida não explica”. Os laços verdadeiros, que inspiram poetas em todo o mundo, fazem bem à alma e também ao corpo. Cultivar amizades verdadeiras é um dos segredos para se alcançar longevidade, com saúde e bem-estar.
Pesquisas recentes indicam que quem tem amigos adoece menos e vive mais. As relações sociais podem render até dez anos a mais de vida do que o previsto. Indivíduos acima dos 70 anos têm 22% mais chances de chegar à próxima década se tiverem vínculos de amizade fortes e duradouros.
Além da troca de experiências, os parceiros de caminhada ajudam seus amigos a evitar a solidão e a depressão, na medida em que estimulam a socialização, afastam o estresse, melhoram a assertividade nas tomadas de decisão e influenciam as atitudes mais saudáveis. “A amizade incentiva o altruísmo, desenvolve a generosidade e segurança. E ainda ativa os hormônios relacionados ao humor: serotonina, oxitocina, dopamina, que aumentam a sensação de felicidade e melhoram o funcionamento cardíaco cerebral, resultando em plena saúde mental e física”, explica a psicóloga familiar e especialista em terapia cognitiva Patrícia Médici.
AMIZADE DE BERÇO
Desde cedo, as crianças já fazem seus pactos de amizade. A afinidade é a palavra-chave para essa integração e para a formação de pensamentos e ideias. Pais e educadores são peças fundamentais nesse quebra-cabeça que é montado ao longo de toda a vida.
De acordo com Patrícia, a parceria é um elo de amor que incentiva o desenvolvimento do afeto e da cooperação e contribui no processo de resolução de conflitos, evitando comportamentos hostis e outros dilemas psicossociais. “É comum no consultório queixas de problemas de relacionamento e dificuldade de socialização na fase adulta, em função da falta de amigos na infância. No caso de fobias sociais, os pacientes admitem ter sofrido bullying. Sobra solidão e falta estímulo para o encontro de companheiros no dia a dia”, diz.
SOS VIRTUAL
Segundo o especialista, para que haja um vínculo verdadeiro, é preciso que exista reciprocidade do afeto, ajuda mútua, confiança, compreensão e intimidade. No cotidiano, é muito comum surgirem “amizades” de ocasião ou conveniência. Elas até que são boas enquanto duram os interesses comuns ou dependências. Depois disso, os ditos “amigos” somem no tempo ou no espaço. O máximo que eles podem fazer é, vez ou outra, mandar uma mensagem de humor nas redes sociais, daquelas que são caminhadas para todos os contatos de uma só vez, sem distinção.
“Amigos só de rede social não podem ser considerados amigos. Para haver esse vínculo, é preciso contato, toque, olho no olho. As redes podem até manter as amizades que estão longe, em outra cidade ou país. No entanto, mesmo a quilômetros de distância, eles estão lá, prontos para dividir as alegrias e tristezas”, afirma Patrícia.
DESCUBRA QUEM SÃO SEUS AMIGOS
– Aceita como você é;
– Corrige os seus erros;
– Está presente nos principais momentos da sua vida;
– Chora e ri com você;
– Acalma, motiva e incentiva;
– Fica feliz com as suas vitórias;
– Perdoa;
– Faz de você uma pessoa melhor;
– É de confiança;
– Não espalha os seus segredos;
– Não fala mal de você;
– Defende você, sempre que necessário.
Fonte: Revista Digital Ofertão
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